terça-feira, 31 de julho de 2012

[13]


Pela fresta da tua roupa

O movimento

Desperdiçado

Perdido

Esvoaçante.

Entre os dedos da tua mão

O tempo

Desperdiçado

Perdido

Irreversível.

Nas dobras do teu vestido

O desejo

Desperdiçado

Entrecortado

Provocante.

E nas palavras

Jogadas ao léu

As flores mortas

Da paixão.

sábado, 14 de julho de 2012

[12]


O teu quieto

Me inquieta.

O teu manso

Me assanha.

O teu incauto

Me chama.

O teu inábil

Me habita.

Ai de mim

Absinto de ti!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

[branco]

Gosto da delicadeza do branco em suas variações
de azuis,
amarelos,
cinzas,
vermelhos,
pretos.
Gosto da agressividade do branco em suas hesitações
meios tons,
rosas,
carmins,
violetas.
Gosto do branco
da incerteza,
do esquecimento,
da refração,
da entrelinha onde leio
a mensagem torta
que o silêncio
entornou.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Véspera

O tempo
tempera
à ferro
a pele.
Da têmpera
quero o calor.
Do destempero
o ardor.
O tempo
tempera
o aço.
O amor
é feito da têmpera
do laço.