quinta-feira, 23 de junho de 2011

Oceano meu

Guardo o oceano dentro de mim e a travessia. Aprendizado de marujo, do que inventa porto em cada encontro e de cada partida um saber se lançar. Navego águas, calmarias, o vento que arrepia o corpo atento. Navego a tensão da ausência de terra à vista e a tentação de me perder nas cartas náuticas manuscritas no meu coração marujo.
Na imensidão do mar que guardo dentro de mim perdi a bussola da razão e aprendi a escutar o canto da sereia que o lobo do mar murmurava em meus ouvidos ingênuos de menina. Eu confundia marulhar com o cantar do vento, e a ventania com o carnaval da tempestade no meu corpo febril. Aprendi que soltava as amarras quando queria e que no mar o desejo é soberano como uma imensa vaga que ameaça o barco da razão à deriva.
Navego dentro de mim o mar que me separa de ti e como parte da natureza selvagem faço as travessias que se impõem como devires na proa corajosa do meu barco.
O amor é um menino em chamas no tombadilho do meu ventre.

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