quinta-feira, 28 de junho de 2012

[11]


Vida insone

Invade ácida

O canto abandonado

Do quarto de dormir.

Resto de geleia

Esquecido no chão

E migalha de pão.

Mofo pegajoso

De açúcar

Adocicado

Melado como a lembrança

Da sala de jantar.

As cortinas escuras

Pendem puídas

Como um corredor empoeirado

Entre cômodos labirínticos.

A casa grande

Não tem senzala

Nem porão ou

Sótão

Tem apenas o jardim

E o quintal

E no meio de tudo

Um varal

Onde roupas coloridas

Brincam de ventar.

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