Vida insone
Invade ácida
O canto abandonado
Do quarto de dormir.
Resto de geleia
Esquecido no chão
E migalha de pão.
Mofo pegajoso
De açúcar
Adocicado
Melado como a lembrança
Da sala de jantar.
As cortinas escuras
Pendem puídas
Como um corredor empoeirado
Entre cômodos labirínticos.
A casa grande
Não tem senzala
Nem porão ou
Sótão
Tem apenas o jardim
E o quintal
E no meio de tudo
Um varal
Onde roupas coloridas
Brincam de ventar.
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